Maria Helena Seelig, filha de Jacob
Seelig e Fillippina Gehan, nasceu no ano de 1860, supostamente na região ao
norte de São Vendelino e Alto Feliz, sendo ela a primeira filha do casal
nascida já em terras brasileiras, aproximadamente um ano após sua chegada em
Santa Clara.
Encontramos nos registros
eclesiásticos católicos a grafia do nome Maria Helena e Maria Elena, sendo que
o nome Maria Helena ocorre mais vezes. Por este motivo acreditamos ser este
último o correto.
O nascimento de Maria Helena deve
ter sido comemorado com grande entusiasmo pela família, pois o filho caçula
(Peter Seelig) já estava com 06 anos de idade. Este nascimento foi motivo para
Jacob Seelig trabalhar ainda mais arduamente em suas terras, já que não possuía
filhos homens para o ajudar na lida campeira, somente o jovem Peter Seelig.
Aparentemente Maria Helena
cresceu na região de Santa Clara até sua vida adulta. A pesquisadora Maria
Lúcia V. F. Benites afirma que por volta de 1882 (então com 22 anos) Maria
Helena se dirigiu para Porto Alegre, onde se estabeleceu.
No dia 28 de março de 1883, em
Porto Alegre, nasceu o primogênito de Maria Helena, chamado de Júlio. Júlio é
denominado no registro católico como “filho natural”, indicando que na época
Maria Helena não era legalmente casada.
O batismo de Júlio ocorreu quase
um na após seu nascimento, em 07 de fevereiro de 1884. No batismo de Júlio, a
próxima irmã mais nova do que Maria Helena, chamada Gertrudes Seelig foi sua
madrinha. É interessante notar que quatro dias após este batismo, Gertrudes se
casou também em Porto Alegre, com João Teixeira, aos 19 anos. Oportunamente
apresentaremos um post sobre Gertrudes Seelig.
O outro padrinho de Júlio foi
Tenente Júlio Cesar da Silva Lima, luso brasileiro. Aparentemente Julio Seelig
recebeu este nome em homenagem a este homem. Em pesquisa a respeito de Júlio
César, confirmou-se que ele era Tenente do Exército Brasileiro. Júlio Cesar é
citado em documentos militares como instrutor na Escola Militar do Rio Grande
do Sul (veja aqui).
Considerando que quando Júlio
Seelig nasce em 1883 fazia pouco mais de um ano que Maria Helena morava em
Porto Alegre, conclui-se que o Tenente Júlio Cesar da Silva Lima possuía todo o
respeito de Maria Helena neste curto espaço de tempo, de modo que esta decidiu
homenageá-lo com o nome de seu primogênito. Encontramos outro registro a
respeito do Tenente Júlio César indicando que em 1909 o mesmo já se encontrava
falecido (veja aqui)
O segundo filho de Maria Helena
nasceu aproximadamente dois anos e meio após o nascimento de Júlio (em 04 de
Outubro de 1885), e foi batizado como Arthur Seelig, aproximadamente um ano
depois de seu nascimento, em 13 de Outubro de 1886, também registrado como
“filho natural”. Os padrinhos foram Antero Vieira de Farias e Izabel Seelig.
Este assentamento tem duas informações importantes. A primeira é de que Antero
Vieira de Farias, assim como o padrinho de Júlio Seelig (Tenente Júlio Cesar da
Silva Lima), também era militar. No Diário Oficial de 22 de Março de 1947,
Antero é citado como recebedor de medalha de honra por sua participação na FEB.
Este fato nos informa assim que Antero era relativamente jovem quando se tornou
o padrinho de Arthur Seelig.
O segundo fato interessante é a
citação da madrinha como Izabel Seelig. Ainda não se tem registro de quem seria
exatamente esta Izabel. Considerando-se o relativamente curto período em que os
Seelig estavam no Brasil, estima-se que esta Izabel era filha de Jacob Seelig e
Fillippina Gehan nascida no Brasil. Porém nenhum registro de nascimento foi
encontrado para esta pessoa.
Os registros católicos
pesquisados dos filhos de Jacob Seelig e Fillippina Gehan mostram que apesar de
existir na época meios de transporte (fluvial) que facilitavam o acesso entre
São Vendelino e Porto Alegre (veja aqui), a distância entre os irmãos
influenciou no distanciamento entre eles. Por exemplo, nas datas festivas
familiares como nascimentos e casamentos, em nenhuma ocasião os padrinhos ou
testemunhas dos nascimentos e/ou casamentos dos filhos de Catharina Seelig,
Franciska Seelig, Peter Seelig e Maria Helena Seelig (sendo estes os filhos que
pesquisamos até agora) figuram algum dos irmãos.
O terceiro filho de Maria Helena
foi Vicente Seelig, nascido em 16 de Outubro de 1887, em Porto Alegre. No
batismo de Vicente, que mais uma vez ocorreu aproximadamente um ano após seu
nascimento, foram padrinhos Vicente Peligrini e a avó materna, ou seja, Fillippina
Gehan. Aparentemente, mais uma vez Maria Helena homenageou um amigo com o nome
de um de seus filhos.
O quarto filho de Maria Helena se
chamou Reinaldo Seelig, nascendo em 14 de Fevereiro de 1891, também em Porto
Alegre.
Ainda não temos a data determinada
de um quinto filho de Maria Helena, chamado Álvaro Seelig.
Existe entre os descendentes de
Maria Helena Seelig certa tradição de que seu marido fosse um membro da marinha
alemã, que de tempos em tempos aportava no Brasil. Encontramos alguma evidencia
desta tradição familiar ao se verificar as datas de nascimento e batismo dos
filhos de Maria Helena que tivemos acesso, as quais mostram uma certa cadência,
conforme a tabela a seguir.
Filho
|
Concepção*
|
Nascimento
|
Batismo
|
Júlio
|
Junho 1882
|
Março 1883
|
Fevereiro 1884
|
Arthur
|
Janeiro 1885
|
Outubro 1885
|
Outubro 1886
|
Vicente
|
Janeiro 1887
|
Outubro 1887
|
Novembro 1888
|
*: considerando que todos os
filhos nasceram de 09 meses.
Através da tabela anterior é
possível notar que houve certa repetição nos meses em que ocorreram os eventos
citados. Além disso, invariavelmente os batismos aconteceram um ano após o
nascimento de cada criança. Outra evidencia que reforça esta teoria é o fato de
que em seu registro civil de óbito, ela é citada como “viúva”.
Especulações a parte, Maria
Helena aparentemente criou os filhos sozinha em Porto Alegre, até o ano de
1932, quando faleceu, no dia 15 de maio de 1932, tendo sido sepultada no
Cemitério São Miguel e Almas, na mesma cidade.
Este post contou com informações prestadas por Paulo R. Seelig e
Ricardo Vaz Seelig.
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